Maria Barba
Maria da Purificação Pinheiro ou simplesmente Maria Barba nasceu em 1905. Natural de Povoação Velha, ilha da Boa Vista, é considerada uma das maiores referências da morna.
Autora da morna “Maria Barba”, a sua fama teve início num baile pelo final da década de 1920, na Boa Vista, a jovem com pouco mais de 20 anos que era já uma cantadeira de renome improvisa um dueto com o tenente Serra (engenheiro militar em missão em Cabo Verde e que viveu durante vários anos na Boa Vista.
Segundo Eutrópio Lima da Cruz (Voz di Povo, 15.03 1982), citando uma testemunha da criação deste terna, a letra improvisada no baile foi cantada sobre a melodia de uma morna já conhecida anteriormente e originária da localidade de Curral Velho Seja como for, a composição, que em poucos versos simulando um diálogo consegue ser um pequeno retrato da vivência social naquele período na ilha da Boa Vista, tornou-se um clássico do repertório tradicional cabo-verdiano e perdura no Vista, tornou-se um clássico do repertório tradicional cabo-verdiano e perdura no tempo, muito para além da época em que surgiu e das personagens que a produziram.
Maria Barba, por sua vez, é uma das cantadeiras que integra a delegação que em 1934 viajou para o Porto em representação de Cabo Verde na I Exposição Colonial Portuguesa. Do grupo faziam parte, entre outros, Luís Rendall Segurido António Germano Lima (A Semana, 14.09.2001), que aponta essa opinião como consenso geral, a sua reputação como cantadeira era muito boa, “foi a maior de todos os tempos, não sendo de estranhar”.
A alcunha Maria Barba vem da mãe, que se chamava Bárbara, e então chamavam-na de Maria de Bárbara, o que é habitual em Cabo Verde passar do tempo levou à corruptela Maria Barba. Nos primeiros anos da década de 1940, Maria Barba emigra para a então chamada Guiné Portuguesa (atual Guiné- Bissau), onde irá viver até ao fim da sua vida. Diz-se que aí, quando
cantava a música, terminava a com estes versos acrescentados “Oi, toda vez k’n ta canta es morna fel ta faze’m lembra Bubista nha terra.”
Maria Barba fica na história como co-autora da letra de uma das mais simples e das mais belas mornas jamais ouvidas, uma morna que leva o seu nome e até hoje é cantada por muitas das mais nobres vozes do arquipélago.